A Cecília chegou em 24 de março e, a partir daí, foram nove jogos da Série B em que o time se manteve invicto, provocando uma energia diferente na torcida, um entusiasmo e confiança além do habitual. Pura coincidência, você pode argumentar. Mas duvido que haja algum torcedor azulino que vá discordar de mim. Não há espaço para céticos por aqui. Afinal, o Remo é para quem acredita. Lema certeiro da temporada.

Ah, e a minha pequena até foi citada em uma transmissão da ESPN, no jogo de ida entre Remo e Criciúma, pelo meu amigo Ubiratan Leal — e foi justamente uma derrota do time catarinense, na última rodada, que rendeu a combinação de resultado necessária para o histórico acesso azulino para a elite do futebol brasileiro. Quer mais prova do que isso?

O engraçado é que não fui a nenhum jogo no estádio este ano. Vi praticamente todos pelo celular, com o fone no ouvido e a Cecília nos braços, vibrando silenciosamente para não acordá-la. Missão bem complicada, confesso. À medida que ela foi crescendo, os meses passando, eu poderia ter ido a alguma partida, claro. Mas aí entra a questão da superstição. O Remo estava bem, para que arriscar? Continuei torcendo de longe, olhando de soslaio para a pequenina e pensando, quando a coisa apertava e parecia que tudo iria por água abaixo: “Usa seus poderes aí, meu amuletinho”.