O bispo‑auxiliar de Brasília, dom Ricardo Hoepers, secretário‑geral da CNBB, afirmou que a Igreja já promovia inclusão no esporte antes mesmo das Paralimpíadas, criadas após a Segunda Guerra Mundial para os mutilados de guerra.

Ele ministrou a palestra “Esporte Paralímpico: Ferramenta de Inclusão” durante o XXI Seminário de Gestão Esportiva, realizado no sábado (15) pela FGV, no Rio de Janeiro, em celebração aos 30 anos do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Dom Ricardo lembrou que a raiz do esporte paralímpico remonta a um festival de ginástica promovido pelo papa Pio X no Vaticano, em 1906, com mais de 300 atletas de 44 grupos, incluindo pessoas com deficiência.

“Essa força que o papa Pio X lançou para todos os católicos foi a primeira vez que uma autoridade da Igreja diz aos católicos: ‘vocês vão, participem, comecem a competir porque o esporte não é algo mundano, mas é algo que no mundo torna o mundo melhor’”, disse dom Ricardo.

Ele ressaltou que, desde então, todos os papas se interessaram pelo tema e que o esporte sempre foi visto como dom do ser humano ligado ao crescimento do corpo e da alma.

Conforme afirmou: “O esporte é um exercício que ajuda no corpo e na alma, te faz se tornar uma pessoa aberta ao outro, mas também te faz ter mais força moral, mais força de vontade”.

Dom Ricardo destacou que, para a Igreja, o esporte abre caminhos para virtudes como fraternidade e disciplina. A CNBB já está levantando dados em 280 dioceses sobre a existência da Pastoral do Esporte e pretende expandir a inclusão pela rede de 4 mil escolas católicas, envolvendo professores de educação física no processo.

“Vemos hoje no Brasil um grande potencial para unir fé e esporte”, afirmou, apontando o esporte como ferramenta para fortalecer virtudes e criar um ambiente de superação, acolhimento e comunhão.