A partitura alinha-se à ecologia integral irradiada pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato si’. Agrega atributos, comportamentos e valores comprometidos com o bem comum.
A premissa central transborda uma universalidade inequívoca: caminhamos juntos, inseparáveis como corpo, mente e alma. O princípio aplica-se às dimensões humanas, sociais e ambientais.
Cuidar da saúde é um dos pontos cardeais dessa cartografia esperançosa. Saúde individual, coletiva, planetária.
Significa mais do que prevenir ou superar doenças. Implica uma harmonia orgânica e comunitária sem a qual perdemos dignidade, leveza e doçura — sem a qual os olhos e o coração desbotam.
O lazer esportivo constitui um grande aliado da saúde integral. Reduz ameaças como infarto, câncer e depressão. Favorece o equilíbrio físico, mental e ecológico.
Beneficia a vitalidade, o raciocínio, a imunidade, o sono, o humor e a sociabilidade. Prolonga o bem-estar. Resulta em menos remédios e hospitalizações.
Banhada de verde e azul, a cultura esportiva do Rio reforça o convite para movimentar o corpo. Meia hora por dia de atividade moderada já afasta riscos que murcham ou abreviam a vida.
O casamento entre as características, preferências e necessidades pessoais, o convívio social e o esporte praticado incentiva o primeiro passo. Estimula a regularidade, imprescindível aos benefícios sustentáveis — inclusive a contenção de impactos das mudanças climáticas, como propõe o Plano de Ação em Saúde lançado na COP30.
Caminhar, correr, pedalar, surfar, remar, jogar uma bolinha na praça, no clube ou no condomínio, fazer pilates, ioga, funcional, lutar judô, capoeira, boxe, curtir um futevôlei, beach tênis ou frescobol, jogar basquete no Aterro, vôlei na quadra do bairro ou pickleball na Quinta. O vasto cardápio facilita a escolha sob medida.
A educação esportiva integra-se à “constelação” transformadora evocada pelo Papa. Democratizá-la deveria ser uma política pública prioritária. Uma responsabilidade de todos. Tão inadiável quanto a preservação amazônica.
Esporte, fé e cultura
A Cátedra Guido Schäffer de Esporte, Fé e Cultura, da PUC-Rio, celebra um ano. Com apoio da Arquidiocese, impulsionou iniciativas como o lançamento da edição em português do livro “Laudato si’, Sport! Orientações para uma ecologia integral através do esporte”, de Daniele Pasquini, com prefácio do cardeal Gianfranco Ravasi; o Seminário sobre o Patrimônio Histórico e Cultural da Igreja Católica no Brasil, organizado com a CNBB, o Ministério Público Federal, o BNDES e o Instituto Redemptor; e a Semana de Esportes da PUC-Rio, centrada na inclusão.
Embaixadas rubro-negras
O Flamengo completa 130 anos neste sábado. Para celebrar, o recordista de embaixadinhas José Luiz da Silva fará uma performance especial: trocará de camisa, sem deixar a bola cair, 130 vezes — dez a mais que o recorde atual.
A façanha, realizada em frente ao museu do clube na Gávea, homenageia os craques da história rubro-negra, especialmente o eterno Camisa 10:
“Zico é a minha maior inspiração”, afirma o Professor Caniddia, como é carinhosamente chamado pelo seu trabalho com educação física em São João da Barra, sua cidade natal no interior do Rio.
